Pode conter spoilers
Angústia é a palavra que melhor define a sensação que senti enquanto assistia esse filme. We Need to Talk About Kevin (Precisamos Falar Sobre Kevin) é baseado no livro de Lionel Shriver e foi lançado em 2011.
O filme tem como foco, Eva Katchadourian (Tilda Swinton), uma mulher sozinha, desprezada e oprimida por sua vizinhança, que tenta retomar sua vida após uma tragédia familiar.
O que mais me encantou nesse filme, foi a forma que a diretora Lynne Ramsay usou para retratar o ambiente extremamente dramático em que estão inseridos os personagens da trama.
São muitos flashbacks e no início você sente que não vai entender nada, mas a medida que as lembranças de Eva vão tomando forma, vamos entendendo aos poucos a história que ela nos conta.
Tudo começa com uma cena de Eva na famosa festa "La Tomatina" na Espanha. Aliás, o tom de vermelho está presente em inúmeros momentos do filme! Após uma noite de amor com um desconhecido, ela engravida, se casa e deixa uma pouco de lado uma promissora carreira como escritora de livros turísticos.
Li que muitas pessoas enxergaram uma enorme dificuldade de Eva em se apegar ao filho. Eu não enxerguei bem assim. Consegui sim, ver algumas dificuldades em lidar com sua nova condição e lidar com os constantes choros do bebê, mas ao mesmo tempo, percebi um esforço por parte da mãe, em se conectar ao filho Kevin.
Na medida que Kevin vai crescendo (no filme passamos por 3 fases de sua vida: recém-nascido, criança e adolescência), é possível notar que há algo de muito errado com o menino.
Com o pai, Kevin se mostra doce e divertido, mas com sua mãe Eva, ele é cruel, frio e desconectado.
O título do filme nos diz muito: desde o início o filho do casal se mostrou "diferente", mas de um lado havia um pai que não conseguia enxergar isso, afirmando que Kevin era um menino saudável e do outro, uma mãe que se deixou dominar pelo gênio forte da criança e apenas assistiu a evolução de sua mente perturbada. Era necessário discutir o que estava acontecendo, procurar ajuda... Sei lá! O garoto era uma bomba relógio prestes a explodir. E explodiu.
Aos 15 anos de idade, Kevin comete um atentado em sua escola, matando e ferindo colegas. O filme não nos mostra a cena do ataque e não faz menção ao número de vítimas da tragédia. Vamos sendo apresentados ao fatídico dia, aos poucos, através das lembranças de Eva... Lembranças essas mostradas como pequenos flashes e às vezes borrões.
Na casa onde passa a viver reclusa, a porta de Eva está manchada de tinta vermelha (jogada por vizinhos revoltados), assim como as escadas da entrada, carro e etc... Em vários momentos do filme, ela é mostrada tentando lavar a tinta, ficando com as mãos vermelhas, como se tivesse "sangue em suas mãos". Um simbolismo sutil e ainda sim, incrível.
Acho que já tinha ouvido falar desse filme...parece ser interessante, já entrou para a lista dos filmes que quero assistir. Quando minhas provas acabarem vou assistir!
ResponderExcluirBjos!
Ana, muito bom a sua dica de filme, estou curioso faz algum tempo para ver esse filme mas sempre fico em dúvida se vale a pena ou não. Acho que teria medo de ver sozinho! hahahaha
ResponderExcluirVou seguir seu conselho e assim que ver, volto para dizer o que achei! :D
Bjs!
eu ADORO esse filme, assisti depois de ler o livro e toda a simbologia empregada com o uso da cor vermelha me pegou de um jeito que nem dá pra explicar. não sei se você gosta de ler livros depois do filme (eu, por exemplo, desisto antes de começar em 90% dos casos), mas esse livro é tipo uau! é em forma de cartas da eva pro pai. ou talvez você já tenha lido. blargh. mesmo se não, é uma boniteza de igual tamanho com o filme <3
ResponderExcluirEu queria assistir só depois de ler o livro, mas acabei assistindo antes porque estava passando na televisão e eu não resisti kkkk E depois li o livro. O livro é 65465465 vezes melhor. Mas o filme não deixa a desejar. :D
ResponderExcluirKevin ♥
Ainda não vi o filme, mas ano passado comecei o livro. Infelizmente não estava no espírito e acabei abandonando, mas acho essa história absurdamente interessante.
ResponderExcluirPelo que vi do seu post, acho que tem algumas pequenas diferenças entre o livro e o filme, mas a atmosfera parece bem fiel.
Só ouvi falarem bem do filme, assim que conseguir terminar o livro, verei!
Beijo, Ana!
gente, eu estava revendo ontem uma resenha que eu fiz de we need to talk about kevin pro meu blog antigo, eu salvei todos os posts do outro blog como rascunhos no meu atual e estava justamente pensando em repostá-la, esse filme é perturbador e excelente, merece ser postado de novo e de novo, bela resenha!
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