quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Lulu

Não existe nada mais idiota nesse mundo do que aquela pessoa que acha cool apontar o dedo pra alguém e sair colando uma porção de rótulos superficiais e discriminatórios.

As mulheres sabem bem o que é isso... Ou não?

Nos últimos tempos, mais do que nunca, temos visto inúmero casos trágicos de exposição da intimidade de meninas e mulheres, de forma irresponsável, criminosa, estúpida e muitos outros adjetivos. São atitudes baseadas na mais pura e simples forma de ignorância: aquela em que a pessoa se acha no direito de ser o Juiz do outro. Nada mais, nada menos que ignorância.

"Fulana deveria se dar ao respeito" ou "Ciclana deveria saber melhor e não se deixar filmar"... Eu poderia escrever linhas e linhas dos mais variados argumentos usados por aqueles que se elegeram donos da verdade e dos bons costumes, para justificar seus atos de discriminação e violência contra o outro.

Mas, como se já não estivéssemos mergulhados neste caldeirão de estupidez, nos surge o Lulu, um aplicativo de - e aqui coloco muitas aspas - """"relacionamento"""" criado para que mulheres possam avaliar rapazes do seu circulo de amizade (filtrando por faculdade, mais gatos, mais fofos e etc) de forma anônima. E ah, os rapazes não escolhem estar no aplicativo. Eles simplesmente estão.

Respondendo 7 perguntas você avalia o menino e baseado nessas respostas, o aplicativo gera uma nota para ele, que fica visível às demais usuárias do app.

Segundo a criadora do aplicativo "Nós construímos o Lulu para ser um ambiente seguro e divertido para todos." (Leia a reportagem completa aqui). Mas eu me pergunto: Divertido pra quem?

Nunca vou entender que avaliar pessoas seja algo divertido. A idealizadora do app ainda diz que o tal Lulu é um reflexo do mundo real, onde "É perfeitamente normal que as garotas discutam sobre garotos e relacionamentos"... Mundo real de onde? Malhação? Sim, sento com minhas amigas e vez ou outra faço um comentário sobre meu relacionamento... Mas daí a jogar um #CaiDeBoca pra internet toda ver já são outros 500.

E, por fim, o perigo aumenta quando me deparo com opiniões como essa:

"As pessoas adoram julgar os outros. Por que não deixar a sua impressão na internet se sua identidade vai ser protegida? — pergunta a publicitária Nathália Takenobu. — Também serve como vingancinha de ex-recalcadas e furiosas ou uma forcinha para aquele amigo que não está pegando ninguém."

Sério, apenas parem.

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