segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Sobre '3096 Dias'


Esse filme conseguiu sair do status "filme de domingo" e se transformar numa história que me chocou duas vezes. Uma, enquanto assistia e não conseguia compreender o sentido de uma história tão doentia e, outra, quando descobri que na verdade, trata-se de uma história real.
3096 dias: esse foi o tempo que Natascha Kampusch permaneceu em cativeiro, após ter sido sequestrada aos 10 anos de idade, pelo psicopata austríaco Wolfgang Priklopil. Aos 18 anos de idade, após um momento de distração de seu sequestrador, Natascha conseguiu finalmente fugir.
O filme é baseado no livro autobiográfico e de mesmo nome escrito por Natascha após sua liberação. A atuação das atrizes que a interpretam nas duas fases (infância e adolescência) é impecável e você passa 111 minutos agarrado em uma angústia inexplicável! 
O enredo te leva, minuto a minuto, a acompanhar não só os horrores enfrentados por Natascha no cativeiro, mas também a perturbadora relação que vai sendo construída entre Wolfgang e sua vítima. Aos poucos, ele vai desconstruindo a personalidade de Natascha e a transformando num modelo de submissão que ele tanto deseja.
Também é de impressionar o quanto a menina foi capaz de se manter forte e corajosa durante tantos anos de abusos!
Wolfgang era um homem muito atormentado e até o final do filme, não fica claro os motivos que o levaram a manter Natascha em cativeiro. É difícil de entender como a relação deles evolui e ele passa a confiar nela, chegando a permitir que ela saísse de sua cela para frequentar a casa, dormir com ele em seu quarto e dar alguns passeios com ele até o jardim, ao supermercado e etc...
Depois de assistir ao filme e descobrir que se tratava de uma história real, fiz uma pesquisa e encontrei esse breve documentário onde a própria Natascha narra seus momentos de terror no cativeiro. É incrível olhar pra ela e imaginar que ela tenha passado por tudo aquilo!

Depois de sua liberação, Natascha foi morar sozinha no centro de Viena, e ganhou na justiça a casa de seu sequestrador, para que assim, pudesse blindar um pouco de sua intimidade. Ela também abriu fundos de caridade para encaminhar o dinheiro que recebeu com entrevistas e materiais de mídia publicados a seu respeito.
Aqui também tem uma entrevista que Natascha concedeu a uma emissora portuguesa e que vale muito a pena assistir:

3 comentários:

  1. oi, ana. vim parar aqui através dos stats do wordpress que me disseram que havia um link pro chega de lirismo. achei o seu blog bem legal. obrigada por ter me linkado e peço permissão pra fazer o mesmo.
    chêro.

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  2. Tenho muita curiosidade com essa história, ao mesmo tempo que um pouco de pavor antecipado. Ela escreveu um livro também, e é nele que o filme foi baseado. Fica a dica, já que você gostou da história.
    Beijo!

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  3. Nossa, nem fazia ideia dessa história ou que o filme existia. Coisa triste demais tanto partes da entrevista que ela deu como do trailer do filme. Coloquei na listinha pra ver o quanto antes.
    Continua indicando filmes assim no seu blog, eu gosto bastante!

    http://www.paleseptember.com

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